A presença da Ferrugem Asiática na soja está entre as discussões da programação técnica do Show Safra BR 163, que teve início nesta terça-feira (21), em Lucas do Rio Verde (MT).
De acordo com o professor da Universidade de Passo Fundo e de Pós Graduação da Universidade de Buenos Aires, Dr. Erlei Melo Reis, a doença ocorreu de forma diferente nesta safra, com menos intensidade, como explica o palestrante. “Existe uma explicação cientifica para esse fato. Primeiro, a Bolívia, grande foco de ferrugem na América do Sul, acaba de ter uma seca que durou cerca de quatro meses e que matou a soja. Como o inóculo da doença se multiplica somente em plantas vivas, automaticamente se diminuiu a substância que viria para o Brasil, principalmente via lavouras de Mato Grosso. Aliado a isso, registramos no Sul do país o inverno mais rigoroso dos últimos tempos, clima totalmente adverso à ferrugem da soja”, expõe Reis.
Atualmente o Brasil cultiva 33,7 milhões de hectares de monocultura e plantio direto. O professor atenta para o fato de termos a ferrugem como doença principal da soja, pelos danos que causa, mas que existem também outras como a mancha alvo e a antracnose. “E ainda não nos preocupamos, atualmente, com as podridões radiculares, que segundo pesquisas feitas no Rio Grande do Sul, podem gerar perdas de até 500 quilos do grão por hectare nas lavouras de monocultura. Por isso a importância do monitoramento, prevenção e conhecimento de técnicas”, ressalta o palestrante.
Sobre o uso de fungicidas, Reis destaca que há uma evolução da redução do controle da ferrugem safra após safra. “Me pergunto se essa redução vai se estabilizar? Em que valor? Se vai chegar a zero? Nesse contexto entra o manejo integrado de doenças, o uso de todas as tecnologias. Acredito que o futuro da soja será plantar variedade precoce no inicio da época, por exemplo, em outubro, usar um critério científico para controlar a ferrugem, plantar cultivares com resistência parcial a doença e aplicar com racionalidade os fungicidas”, complementa o palestrante.
A programação técnica do Show Safra BR 163 segue até sexta-feira (24), abordando temas relacionados a plantas daninhas no cenário de resistência, mosca branca e percevejo e discussões em torno do manejo da cultura ou do sistema.
Confira a programação completa do evento
Dia 21/03 – Terça-feira
08h – Abertura dos Portões
13h – Auditório: Mesa Redonda – Manejo de doença visando altos rendimentos
• Valtemir Carlin – Agrodinâmica
• Erlei Reis – UPF
18h – Cerimônia de entrega do Mérito “O semeador”
18h15 – Ato solene de abertura do Painel Econômico de Mato Grosso 2017
Dia 22/03 – Quarta-feira
08h – Caravana FCO Banco do Brasil
13h – Auditório: Mesa Redonda – Plantas daninhas no cenário de resistência
• Fernando Adegas – EMBRAPA/LONDRINA
• Edson Andrade Junior – IMA/MT
• Mauro Rizzardi – UPF
17h30 – 4ª Revolução Industrial “Conectividade”
· Rois Nogueira – FarmSightTM América Latina
19h – Agroeconomia, cenários e oportunidade – Ricardo Amorim – Ricam Consultoria
Dia 23/03 – Quinta-feira
13h – Auditório: Mesa Redonda – Mosca branca e percevejo: grandes vilões?
· Silvestre Bellettini – UENP
· Marcio Goussain – Assist Consultoria
· Rafael Pitta – EMBRAPA/Sinop
17h – Plano Safra 2017 – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, BNDES, Banco do Brasil e Abimaq
19h – Ética e corrupção no mundo contemporâneo: Tem solução? – Leandro Karnal – USP
Dia 24/03 – Sexta-feira
13h – Auditório: Mesa Redonda – Manejar a cultura ou o sistema?
· Dirceu Gassen – Cooplantio
· Paulo Assunção – PA Consultoria
19h – Término do evento
Fonte: Luciano Vendrame/BW Comunica